Diário de Bordo // Altos e Baixos II

Com boa intenção a gente chega longe. E chegámos. Deixámos os dias chuvosos para as horas de Inverno e as noites tórridas para quem as quisesse. Por seu lado, pelas dez da manhã, num Março contado a vinte e três, Eindhoven, a não querer o que não se pode ter, deixou a Primavera ancorar-se a uma pressa que a Holanda não tem.

É com frio que ali damos os primeiros passos e com espanto ao ver a ligeireza ser tardança. Empoleiradas à margem de ruas ordeiramente desordenadas, as lojas de comércio sem fim denunciam uma história de sucesso industrial vibrante. Há 125 anos, nesta cidade a norte da província de Brabant, no sul da Holanda, a Philips trouxe luz em jeito da lâmpada que moirejaram primeira. Desde então, Eindhoven converteu-se numa montra de possibilidades e inovação. Da capacidade intelectual à ética de trabalho, esta cidade, casa de quem nela quer viver – 225 000 por sinal -, tornou-se a quinta maior dos Países Baixos. Mas vida que levas, fome que rapas. Foram idas e voltas até tornarmos doces as favas. O primeiro almoço queria-se tradicional e não o foi. Eindhoven mostrou-se cidade de sobremesas e a nossa larica pedia um bom salgado. Do pouco que vimos, a cozinha italiana domina terreno por terras que não a deviam apadrinhar – e não é barata. Mal por mal, acabámos a comer kebab – ou algo muito semelhante. A Cafetaria Doner-Kebab Shoarma Pizza De Hoek foi mote para um repasto com vista para uma catedral que até hoje não sei o nome. Nem é bom pensar. Estar com a consciência limpa por lá ter comido é ter a memória fraca.

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A catedral com nome de ninguém, por preguiça minha!

O que lá vai lá vai, e fomos. Seguimos caminho que os segundos tomavam-nos o tempo. Ainda demos um pulo à Hema, uma loja de quinquilharia qualquer, para comprar umas miudezas que a fizeram feliz.

Rotterdam apareceu uma hora e quinze minutos depois. Durante a viagem no Intercity 1944, ela adormeceu e foi meia mantença. Eu, absorto, pensava o quão liberal e, simultaneamente, auto-restritivo é aquele país. Bom ou mau, por Eindhoven há um fluxo constante de novos desenvolvimentos nas áreas de criatividade, inovação, tecnologia, design e conhecimento. E pouco mais. É cidade com pouco carácter onde, certamente, iremos voltar – para fazer umas compras e seguir em frente.

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Num instante…

… a visitar em Eindhoven:

  1. Evoluon É um edifício que marca a diferença por ter na forma a de um disco voador. Construído e decorado pela Philips, o Evoluon abriu ao público no ano de 1966, em comemoração do 75º aniversário da empresa. Entre 1966 e 1989 foi um museu de ciência. Hoje, o Evoluon é um ícone de Eindhoven, acolhendo, diariamente, empresários empenhados na criação de novos sucessos. Morada Noord Brabantlaan 1 A | 5652LA Eindhoven Site www.evoluon.com
  2. Museu Philips A antiga fábrica onde a Philips desenvolveu a sua primeira lâmpada incandescente passou por um longo processo de regeneração e, actualmente, as suas valências cruzam a história com a interactividade. Os preços variam entre os 4 e os 8 euros. Morada Emmasingel 31 | 5611 AZ Eindhoven E-mail info-museum@philips.com Contacto telefónico +31 (0)40 235 90 30 Site www.philips-museum.com
  3. 18 Septemberplein A intersecção da Piazza (centro comercial), Vestdijk , Stationsplein (centro de coordenação de transportes) e do Blob no centro da cidade de Eindhoven. Morada 18 Septemberplein 1 | 5611AL Eindhoven

… a fazer contas:

  1. Intercity 1944 para a ligação Eindhoven-Rotterdam Centraal, 2.º classe: 17,90 euros.
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